A transformação digital em Goiás está redefinindo como a informação é produzida, acessada e utilizada, o que repercute profundamente em diversos arranjos e dinâmicas da nossa sociedade. Lidar com essa realidade é um desafio que se impõe, e isso exige de nós atenção e esforço. Exemplos do que acabei de mencionar não faltam. Genericamente, cito apenas a expectativa de maior penetração dos veículos autônomos no nosso mercado, bem como os impactos da robótica e da inteligência artificial nos serviços e na indústria, além das facilidades promovidas pelo comércio eletrônico e pela internet das coisas.
O “efeito” VUCA
O ritmo e a qualidade das mudanças que vivemos hoje são mesmo inigualáveis, se comparados com as transformações de outras épocas. Aliás, isso não é bem de agora. Há algumas décadas, muitos já haviam compreendido que estávamos para imergir em um mundo VUCA, ou seja, em um ambiente marcado pela volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade. Nesse sentido, há casos em que a dinâmica VUCA foi ou ainda é percebida como ameaça a alguns empreendimentos, especialmente por parte daqueles que desejam manter as suas zonas de conforto ou que não conseguem visualizar mudanças estruturais e de comportamentos viáveis ante as inovações de maior alcance e intensidade.
De fato, há modelos de negócios e profissões que se tornarão inadequados, caso desconsiderem a necessidade de adaptação a essas tendências. Aliás, você consegue imaginar o "desespero" vivido pelos fabricantes de velas com a chegada da luz elétrica? Pois é...
Entretanto, é importante extrair ensinamentos dessa e de outras experiências. Revoluções industriais (ou técnicas) precedentes também trouxeram os seus desafios, e aqueles que lideraram esses processos ou que melhor souberam conviver com eles foram capazes de prosperar, se destacar ou mesmo triunfar.
A visão de longo prazo segue possível
Ajuda saber que a compreensão de um mundo VUCA não nos leva a uma insegurança paralisante, e muito menos implica a perda total de referências para as nossas estimativas do futuro. Embora o dinamismo atual seja percebido como surpreendente por alguns, importa entender que muitas das nossas "surpresas" não são e não eram tão imprevisíveis quanto parecem.
Muitas das transformações que estamos presenciando agora são o resultado de esforços planejados, ostensivos e conhecidos há um bom tempo, especialmente pelos mais atentos à cadeia dos resultados produzidos por terceiros e por nós mesmos. Em outras palavras, muito do que experimentamos atualmente já fora assinalado ou pôde ser visualizado em um passado razoável.
Por isso, hoje, desde que haja uma análise estratégica cuidadosa, não apenas é possível, mas muito desejável, nos anteciparmos a boa parte das mudanças que batem à nossa porta ou que estão por chegar. Caso tenhamos uma atitude mais ousada, podemos até alcançar o ponto de nós mesmos – os goianos natos ou de coração – sermos os promotores das inovações virtuosas que virão. O nosso futuro é construído desde já, e o nosso “projeto” de sociedade pode até ser revisado e melhorado agora mesmo.
A mudança é inescapável
Enfatizo a compreensão de que há um movimento de mudança substancial em nossas práticas econômicas e sociais, e certamente isso tem muito a ver com a Era da Informação e com a ideia de cultura. Assim, não há dúvidas de que os avanços atuais trazem implicações profundas. Na prática, e apenas como exemplos, esses avanços afetam os perfis dos empregos e dos investimentos, exigem a capacitação dos gestores e dos demais trabalhadores, bem como têm consequências nas relações de produção e consumo, na remuneração dos funcionários e nos lucros das empresas.
Os desafios da participação e da inclusão
As modernas tecnologias, os novos valores e o conhecimento disponível oferecem um horizonte de oportunidades que nem todos estão preparados ou têm condições para usufruir e explorar sob vários aspectos. Seja como for, os atores que liderarem essa transformação terão uma vantagem significativa sobre aqueles que hesitarem em acompanhar ou que forem excluídos dessa onda.
Em nosso estado, e além do cidadão consciente, há diversas entidades que seguirão tendo um papel fundamental no rumo da nossa sociedade em um contexto de transformação digital. O poder público, as organizações representativas dos setores produtivos, os empreendedores, as instituições de estímulo e fomento, as ONGs, os centros de pesquisa, as escolas e a imprensa são todos essenciais no nosso processo de desenvolvimento. Portanto, a questão crucial é: o que mais e melhor o conjunto dos goianos precisa fazer nesse ambiente? De minha parte, entendo que a comunhão de uma visão estratégica clara e inteligente, além de uma articulação política e econômica eficaz, serão determinantes para o que Goiás se tornará nas próximas décadas.
Conclusão
Em um contexto de irreversível transformação digital, o futuro de Goiás depende da capacidade dos seus líderes, das suas instituições e dos seus cidadãos compreenderem e se adaptarem às mudanças que estão por vir. Entender essas mudanças é essencial e bem lidar com elas é mais importante ainda! Em um mundo VUCA, a preparação estratégica e a inovação contínua não são apenas desejáveis – são essenciais para garantir o sucesso e a prosperidade da região. O que seremos nos próximos anos ou décadas dependerá de quão bem conseguiremos navegar por este novo e desafiador cenário. Os primeiros passos já foram dados.
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Sou servidor público em Goiás. Percebo que há avanços na gestão e nos serviços públicos. Isso é importante, mas o avanço poderia ser mais ousado na minha opinião. Por outro lado, ainda temos aspectos que deixamos a desejar e um deles é a motivação dos servidores para aderirem ao autoaperfeiçoamento em tecnologias da informação.